Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

28.12.05

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Foi preciso alguém me cutucar pra eu poder parar por alguns minutos e ler isso daqui. É algo chato de se abordar, meio metalinguagem. Um tanto banal. Mas esse ano não vai ter nada de encerramento, não vai ter resumão. Apenas um olhar de fora me bastou, e pude ver quantas voltas esse negócio deu e nunca ficou parado num mesmo lugar. Não sei ao certo se essa era minha intenção de início, mas confesso que misturei muitas coisas aqui dentro. Talvez por necessidade e não por ser algo que realmente me interessasse. Ou mesmo por ser uma simples glória minha, que eu decidi relatar. Alguns resquícios da arrogância que adquiri, alguns traços do meu pessismismo descarado. Coisas que se confrontavam o tempo todo. Enfim, é tudo isso aí mesmo.

Mas por outro lado, isso poderia ter sido muito pior se ainda fosse o 13º Andar, porque iria misturar as idéias de um garoto imaturo que queria correr mais do que as próprias pernas com essa coisa estranha. E depois de 2 anos, volto a dizer: Ainda sou um queijo de ratoeira!

24.12.05

tá bom, já que agora você vai ler, eu escrevo:

C A R A L H O !!!

23.12.05

batalha II

sol na nuca, cuca
cheia de sangue
nos lábios de terra
nos dentes de faca
nas costas e punho forte
cerrado na lata
de pó

saio da farda marrom
do cavalo vermelho
ao fundo manchando
meu tom de breu
que reluz que
luz ?

as mangas enfim arregaço
inimigo sem dó
venci o cansaço corri
de muleta me achei
na miúda da glória
dispara rajada de som
pude ouvir
vitória.

21.12.05

RES: peoms -

Tudo se resume a uma virada de mesa, ao desapego pelos amores e uma insana investida no mundo cruel de tentar ser escritor, que nele incluia as aventuras da noite com várias bebedeiras e algumas mulheres sem pudor que pouco se importavam se eu tomava banho ou não. Umas palavras, algumas poucas palavras. Foi tudo o que consegui socar dentro da minha bagagem e viajar por um lugar fabuloso e ao mesmo tempo traiçoeiro. Um lugar onde a maioria se sente aflito e é chamado de "forasteiro", e quem decide esquecer dos medos e mitos faz desse lugar carinhosamente aclamado "rua" ser o mais acolhedor dos lares.

E foi numa dessas madrugadas que cheguei a um amigo meu, na porta de um bar de subúrbio e já completamente bêbado, disse "ei, descobri uma fórmula nova pra viver e vou te contar, meu chapa, é das melhores!"

Ele não acreditou muito não, e fitando o que tinha dentro do seu copo com vodca, rebateu "lá vem você com suas histórias malucas..." Mas era sério, realmente sério, e só não fiquei puto de verdade com ele porque era realmente um de meus melhores parceiros.

"Decidi parar com tudo, parar de viver. E não vou mais me preocupar em buscar prazer nas coisas tolas. Agora vou viver apenas situações que eu gostaria de botar num livro, é isso."

Daí ele pôs a mão no rosto e soltou um "merda..."

16.12.05

"A perna esquerda e suas histórias sujas de rockabilly"

Ainda não sei quanto tempo vai custar até eu aprender a me comportar em festas com bebida na faixa. Por mais que ela tenha seu lado social e eu fique pensando "não, dessa vez vou beber socialmente..." não consigo negar aquela coisa toda dando sopa e eu fingindo que sou normal. De começo eu até pareço meio deslocado, porque festa de empresa não dá pra entrar com os pés no peito logo de cara, então a galera fica "ei cara, porque você tá mucho assim?" sem saber o que está por vir no desenrolar da bagaça. Eles não conheciam minha perna esquerda, que assim como "O braço" de Dominic Molise, faz um estrago dos infernos. Principalmente quando botam na caixa o tal do rockabilly, e todos abrem a roda e ficam embasbacados. Puxa, pensando bem eu até que bebi bastante mesmo, pra chegar a tal ponto de a chefe-mor vir me tirar pra dançar e eu deixar a roda boquiaberta. Eu e minha perna esquerda.

O interessante de festa de empresa é que dá pra descobrir quem são realmente os bêbados daquela merda, que ficam andando engravatados o dia todo fazendo caras e bocas. Aí com duas ou três horas de festa você encontra o safado no banheiro, todo mijado e bêbado a ponto de não conseguir nem abrir a braguilha da calça. Aliás percebi que muitos banheiros não foram feitos pra bêbados, porque nunca tem um lugarzinho pra deixar o copo enquanto você joga o que não presta no vaso. Ou você segura na mão e faz todo um malabarismo, ou então coloca o copo na borda do próprio vaso, mas toma cuidado pra não errar o alvo.

E as mulheres? É até engraçado ver. Começam todas bem comportadas, bebericando suas batidinhas com 0,1% de álcool, dalí quinze minutos algum safado põe um funk pra rolar e aí sim você vê quem é quem. Rebolam até o chão, sem dó nem piedade! E os marmanjos caem matando em cima, como se fossem urubus em carniça. E dá-lhe urubu! Mas eu, que até então sou o cara "mucho" da festa, arrumo um pilar e fico encostado nele por horas, mandando cerveja pra dentro e estrategicamente posicionado no lugar em que o garçom passa e eu apenas pesco mais uma. Então observo as pequenas bailarem e com o rabo do olho perceberem minha sutil investida, e aí que elas me provocam mais. Mas o amador aqui não consegue esconder, e dá goladas majestrais na cerveja, morrendo de vontade de acender um cigarrinho e como o grande Hernán, "soltar a fumaça vitoriosamente pelas narinas", mas decidi que vou deixar de fumar. Algum dia. E já que não dá pra parar, então tento diminuir o máximo.

É logo logo que eles botam o tal rockabilly, e a perna esquerda começa a ter vida própria. O pé está colado ao chão, mas o joelho indo da esquerda para a direita, esquerda-direita, esquerda-direita. Comecei a ficar empolgado, mesmo ainda estando "mucho". A essa hora o pessoal da minha área já estava a mil, com o funk desgramado rolando solto. Então abrem a roda, e a chefe-mor desafia a perna esquerda. Ah, ela vai ver só. Me pegou na mão, como se puxasse pro "fight" e eu fui. Meio bêbado, meio sem jeito, mais bêbado do que sem jeito. E aí peguei-a pra rodar, quase um desastre, porque eu não largava o copo. E a perna esquerda em ação, o pessoal olhando como se fosse coisa de outro mundo. Mas enfim, a perna esquerda serviu pra alguma coisa. Aliás ela sempre serve pra alguma coisa.
Eu não iria embora sozinho. Não dessa vez...

15.12.05

Hoje, uma comemoração pra ser esquecida !

Deixar de lado o lado trágico,
Lembrar dos momentos de carinho,
Aprender com as atitudes erradas,
Viver com o sentimento de poder ter feito algo mais.

Saudade !
Essa coisa abstrata com o poder fulminante&sufocante.
Entala a garganta e aperta o peito com o choro preso.
E faz pensar com beleza, e gratidão aquele em questão !
Envolve seu braço no meu, me dê colo pra confortar-me.

Acima de tudo, fico orgulhoso.
Por mim, passar por isso e ainda encarar bem a vida.
Grato, em ter uma família maravilhosa ao meu lado.
Feliz, com ambição e determinação pra buscar o melhor !

Eu nunca fui muito de falar.
E com ele não era diferente,
Era contra o modo com agia com aqueles que o amavam...
Eu o punia, com os dos mais maldosos castigos,
E me cala, me silenciava e nada dizia sobre tudo aquilo que me incomodava.

Fui covarde, eu sei.
Coisa que um garoto não poderia medir as conseqüências...
A bagagem pesada fortalece e afasta a possibilidade de cometer o mesma bobeira !

A data será eterna, e o tempo vai cicatrizando a dor.
A perda não poderá ser reparada.
Amarei-o com fervor pra sempre.
Aquele que em muitos dias me levou a passeios inesquecíveis,
Aventurando-se até demais, fazendo valer o exemplo.

Dorme&Fique com Deus.
Que eu continuarei com ELE !

14.12.05

Foi mais UM !!!

John Fante, peguei a ler seus livros nesses últimos tempos.
Devia ter começado isso a algum tempo atrás, antes mesmo de me aventurar pelo mundo, pelos amores, pela vida! Aquela forma espontânea de encarar o cotidiano e buscar satisfação no presente, não importando-se com as conseqüências futuras, me faz ter um prazer na leitura que poucos livros proporcionou. Sempre que lia alguma coisa, era como eu achasse aquilo pouco, que era escrito por alguém sem esse espírito “doido” que me identifico.
Estou sedento em continuar esse hábito tão gratificante, mas fico preocupado com o que pode vir a mudar nas minhas atitudes. Com apenas esses dois livros tantas coisas e conceitos sofreram alguma modificação que depois de Kerouac, vou “pirar de vez”, e querer sair pelo mundo a fora, em busca daquilo que procuro a tempos...
E nem sei ao certo o que é.

Ultimamente as minhas dúvidas têm ficado mais sem respostas. Chegou a hora de “virar gente grande”, tenho que seguir meu caminho. Porém a estrada que estou a viajar, pode não me levar ao destino esperado. E principalmente, a rota e a paisagem durante o percurso não serem os ideais!

A parte emocional vai confusa também, preciso tomar uma atitude séria e parar de brincar com os sentimentos. Ou vai ou racha !

... Desculpe, mas meu terapeuta continua de férias, cabe vir desabafar no meio do espetáculo ...

13.12.05

Água e sabão não bastam pra limpar uma mente suja !

Tombos e tempo me ajudaram a formar novos conceitos, e moldar valores que até então eram utópicos, a meu ver. Coisas como "padrão de vida" e "posição social", que confesso, eram preocupações consideráveis quando soube que viria pra São Paulo, hoje não passam de brinquedinhos substituídos por prazeres não-palpáveis ou então por valores sentimentais e conhecimentos simbolicamente representados em textos ou mesmo fotos.

Não acho que tenha sido difícil toda essa adaptação. Talvez na teoria sim, poderia ser algo capaz de assustar, mas aprendi na escola que quando queremos convencer alguém de alguma coisa, devemos ser insistentes mesmo que estivermos completamente errados. É aquela história de botar o pau na mesa e pagar pra ver. Bater no peito com uma cara de "deixa comigo". Ajuda principalmente no começo, que é quando você começa com crédito zero.

Depois de tudo o que passou nesse ano, acho que só tenho medo do meu mau humor e um pouco do pessimismo que aprendi a adquirir. Se existe culpado? Quem seria além de mim mesmo...

Além de ser orgulhoso, presunçoso, egoísta, egocêntrico, metido, desbocado, enfim...