Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

19.4.05

Where am I?

Fugi, da plateia quando eu mais precisava de aplausos.
Faz falta de ver o soriso estampado na face dos que estão na arquibancada!

Mas quero voltar, mesmo que seja para um número pequeno. Mas que alivie esse palhaço amargurado!!!

Quero pipoca. Sem pimenta e com muito sal. E feita na manteiga?

18.4.05

ISSO PODE SER UM...

Eu descia andando sozinho, cabisbaixo, um pouco confuso com as coisas que vinham acontecendo, e preocupado com os meus próprios valores. Resolvi erguer a cabeça, e notei que a rua estava completamente vazia. Nem os carros se movimentavam. Pensei: alguém apertou o PAUSE dessa merda...

Continuei descendo a rua, e senti que estava sendo seguido por um grupo barulhento, deviam ser nuns 6. Todos com umas roupas estranhas, e fazendo um som como se fosse macumba. Eles fizeram um círculo ao meu redor, e começaram a "cantar" mais alto. Um deles colocou a mão sobre a minha cabeça, fechou os olhos e disse para eu relaxar. Eu comecei a rir, pela estranheza da situação, mas paguei pra ver o que me aconteceria no final.

Uma das mulheres, que parecia ter uma pele de chinchila na cabeça (como os andinos) me disse que eles roubavam as vidas passadas das pessoas, para usar em rituais. Até aí achei normal, e só assustei mesmo quando quiseram cortar uma parte do meu cabelo e colocar uma espécie de tubo cinza, curto e grosso. Então eu reagi, e desviei da mão do homem que segurava a minha cabeça. Os outros ameaçaram se manifestar, com o intuito de impedir que eu fugisse, mas esse que tinha colocado a mão na minha cabeça, que parecia ser o líder, os conteve e pediu a palavra - "Ele pode ir agora, nós não precisamos da sua vida passada. Ela não nos serve, porque foi muito ruim."
Cara mais folgado, vem me dizer que minha vida passada não prestava. Quem ele pensa que é ?
- "Por que minha vida passada não lhes serve ?" - insisti.
- "Porque você foi um homem imprestável, usou e abusou da promiscuidade e maltratou a maioria das mulheres que te amou. Não precisamos desse tipo de vida..." - replicou o líder.
- "E isso quer dizer que...?" - eu de novo...
- "Quer dizer que você tem grandes chances de ir desta para melhor sem ter a mulher da sua vida. Esse será o preço que pagarás por todos os erros que cometeu outrora."

Eu pagando por erros que nem sei se realmente cometi, que ótimo. Melhor que isso, só acordar assustado e suado às 4 da manhã e perceber que tudo isso não passou de um sonho...


... SINAL

14.4.05

SAUDADES...

Às vezes me pego pensando na falta que sinto das pessoas queridas que já se foram, e chego à conclusão que ainda não consigo assimilar bem qual é o efeito que a morte nos causa. Sempre parece que um dia voltaremos a nos ver, ou que esse "Adeus" não é para sempre. Essas despedidas acabam não tendo um significado tão profundo pra mim...

Uma coisa que tenho saudade hoje, é da casa dos meus avós. Acho que passei 1/3 da minha infância lá e parece que o tempo não passa, que você não tem compromissos sérios, a não ser voltar para casa antes de escurecer, pra dar tempo de brincar de esconde-esconde com a molecada da rua. Passava o dia no clube (CPP) nadando, depois voltava pra lá e me entupia daqueles salgadinhos (isopor com corante) que não alimentam porcaria nenhuma. Fora as tubaínas da vida, que tomava quente mesmo. Alegria então, era quando o sorveteiro passava e dava umas buzinadas bem debaixo da janela da sala... o velhinho saía com a bandeja pra comprar dúzias de picolé.
Essas coisas são importantíssimas para uma criança, esse paraíso que se tornam as casas dos avós. Tenho certeza que não foi só comigo que isso aconteceu...

Depois, quando fui ficando mais velho, fui sentindo falta desse monte de coisas. E fui me apegando a outras tão importantes quanto.
O contato na casa dos velhinhos não se deve perder nunca, mesmo que à distância. E hoje sinto a falta disso, desse contato.
Por mais que não sentimos que o "Adeus" não é eterno, isso custa e se tornar realidade. Tenho saudades dessas pessoas maravilhosas que me fizeram felizes por muito tempo, e deixaram algo de que eu possa me orgulhar. Já disse uma vez, "saudade é um mau necessário !"

12.4.05

O tumulto começou do nada, e ninguém sabia de onde vinham os gritos. Eu já tinha bebido muito além do que imaginava, então só escutei alguém gritando "pega o de camisa preta !"
Isso devia ser umas duas da madrugada, e não pensava que poderia ser comigo. Um cara barbudo chegou perto de mim com uma faca na mão e disse que eu tinha uma "dívida" com ele. Fingi que não estava entendendo nada e quando um outro neguinho de colar prateado veio pra cima de mim, não exitei: dei dois tiros no peito do filho-da-puta e ainda baleei o barbudo no braço, que acabou escapando.
Não tive medo, não. Sabia que esse rolo era meu, e que um dia teria que acertar.
Ainda bem que foi na hora certa...

7.4.05

XI

Ah ! Como eu gosto de ti...
Mas não é aquele gostar de paquerinha,
É aquele gostar de gente grande !
É aquele gostar que talvez seja o ÚLTIMO...

XII

Algumas coisas eu acabo não entendendo...
Como posso sentir tanto a tua falta,
Se eu nunca a tive ? Ou será que
Te perdi, antes mesmo de te ter ? Espero que não...

XIII

Vejo-te à minha frente a cada piscar de olhos...
E confesso que inúmeras vezes já fechei os olhos a valer,
Pra tentar te ver para sempre...
Mas um vento gelado incomoda-me os ouvidos,
Soprando algo do tipo: “Vocês não podem...”