Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

26.7.06

Velhos momentos, muitas trocas de informações, verdadeiros bate papos!

Isso era uma rotina, sentar no meu computador e gastar aproximadamente 40 minutos redigindo um bom e-mail pra "descarregar" todas ansiedades e problemas que me aflingia no dia... Era assim, todo dia no meu estágio. Foi a melhor época, escrever acontecia de maneira tão simples e genial! E agorap parece que estou na fase de bloqueio, e agora que tenho tempo de sobra (que antes tinha que ser nas escondidas, ou com o Chefe do lado, só espiando eu não fazer as tarefas por aquela horinha...) não utilizo pra esse "bem". Como nós chamavamos, a Terapia, a sessão diária. Pra aflorar as idéias e ouvir um bom conselho...
Mas vou mudar um pouco isso, vou voltar a encher a caixa do Garoto com os tais e-mails!
Quero só ver ter todo o tempo que me sobra, pra responder...

Pra começar a escrever, basta o ínicio de uma idéia, e coragem pra chegar até o fim!

Com a bagagem em cima do trem

São contraditórias as situações em que me encontro dentro de mudanças, por dois motivos: primeiro porque eu me adapto muito fácil a qualquer tipo de novidade, mesmo que acabe sendo uma imposição ou algo que eu torça o nariz logo de cara, o que foi o caso do exército. Eu queria pegar pesado, ser um rebelde e dizer "não tô afim de servir isso aí não...", mas talvez não seria a melhor maneira de fazer com que o tempo corresse mais depressa e todo aquele inferno fosse praticamente indolor. Segundo porque não consigo aceitar quando alguma coisa permanece por muito tempo do mesmo jeito, sem altos e baixos. Algo tem que mudar, uma explosão tem que acontecer e alguém tem que pagar por algum motivo a conta que nem sei se realmente é minha, e talvez este seja o único empecilho pra manter as coisas do jeito como estão, só que desta vez tudo pode acontecer diferente.

Perdi o tesão por quase tudo o que envolve aquele lugar, e depois que se sente aversão é muito mais difícil aceitá-las novamente. Cansei de ver as putas na Augusta de madrugada, cansei de ver aquele bando de bichas nojentas que ficam circulando como cadela abanando o rabo, querendo comer ou serem comidos por alguém, enjoei de alguns bares, supermercados, e também dos estudantes que ficam do outro lado da rua. Muita coisa dali certamente não vai me fazer falta, muita coisa será substituída por outras, muita coisa ali é só físico, gelado e sem sal, com pouco valor .

Mas também existem coisas que consigo carregar comigo pra qualquer lugar, independente para onde eu esteja indo. Muitas histórias continuarão dentro de mim, e muitas outras vão acontecer e eu estarei pronto pra elas. Grande parte das lembranças boas que tenho dentro daquele lugar me colocaram diante da parede, sempre bebendo muito e sempre sozinho, muitas vezes porque eu não tinha nada melhor pra fazer ou às vezes porque aquilo era o melhor a se fazer. Foi praticamente o meu segundo berço para o mundo, para o amadurecimento e também para o aprendizado das coisas sorrateiras, que finalmente ficaram pra trás. Vou sentir saudades daquele lugar, não tanto quanto eu gostaria, mas vou sentir. Também vou sentir falta de algumas pessoas dali, como o Seu Horácio e a Dona Alzira, os portugueses do boteco de baixo do prédio, que me vendiam cigarro falsificado e mesmo assim eu os comprava; daquele porco do Cícero, o chapeiro gordo da padoca que sempre fazia meu sanduíche com uma puta cara de desprezo e má vontade; do Seu Emanuel, o velhinho português que vendia frutas na esquina de cima, literalmente a preço de banana; até mesmo da Geny, a baiana que vez ou outra cortava meu cabelo e cobrava bem menos do preço normal.

Foi ali dentro que enterrei algumas decepções e frustrações, onde matei cada fantasma que me perturbava nesses dias em que eu bebia e amargurava sozinho. Dias esses que me despertaram a verdadeira ânsia de explorar as ilusões dentro da minha cabeça, a fase boa, onde eu só me ferrei com o resto, mas o importante era que eu estava fazendo o que tinha de ser feito: escrever. Dói saber que perdi no tempo um pouco dessa vontade que pulsava na época, porque não dá mais pra manter a chama acesa com tanta frequência, mas como dizia um samba do velho Adoniran: "e eu que já fui uma brasa, se assoprarem posso acender de novo..."

19.7.06

Cartola !

Qual vai ser a cor do próximo coelho? Ou vai ser mais um dos bons truques...
A verdade é que a magia esta longe dos números do espetáculo, e tudo vai seguindo sem muita graça. Nada que surpreenda, só satisfaça os poucos exigentes espectadores!
Pode ser cobrança excessiva por parte do artista, mas fazer o simples incomoda quando se sabe como a coisa pode ter qualidade. E quando já se apresentou ao lado daquele que tem charme e brinca de viver como ninguém... Fica aquele sentimento nostálgico, e a mais pura saudade daquilo que acrescia e mudava a cada instante a maneira de encarar o mundo de frente, com o nariz empinado. Essa postura incomodava a muitos, e afeta esses até hoje!
Dentre tudo o que vem acontecendo, o mais complicado vem sendo lidar com o presente que conflite com os prazeres de tempos atrás, como o torcedor ferrenho, que se vangloria dos feitos do passado, na sua galeria de troféus! Aceitar a lentidão dos acontecimentos (ou da falta deles), uma situação nova, pois anteriormente a velocidade dos fatos era tão excessiva que mal era possível raciocinar os benefícios que seriam adquiridos, mas aconteciam... Agora só vou “levando”, porém buscando, mesmo não estando somente sob minhas responsabilidades o meu “destino” (depende daqueles que pouco me conhecem para depositarem a confiança, que pouco sei vender o peixe...). Lembra daquela história se querer ser o Superman? How could I be the best guy, if I ain’t can cry? Fica desconexo, faltando o mais importante, que é sentir as coisas & pessoas. Só deixar acontecer não traz bons frutos, não seduz quem é de valor, e cada vez mais o circulo de amizades se fecha numa mesmice sem muita fantasia...
A luz, sem câmera e a pouca concentra a AÇÃO...
Focar, não se deixar bloquear, levar a fundo, até o fim, sem excitar, não fraquejar e por o ponto final satisfeito, por ter realizado o feito com competência!
E nisso, vou escrevendo, ao ritmo do piscar do cursor do mouse, a cada segundo uma idéia, uma palavra, só pra expressar toda a angústia presa no peito e nó na garganta, que mal deixa respirar!!!
Enquanto isso, deixe-me ir preciso andar, vou por ai a procurar, sorrir pra não chorar!
E só vou voltar depois que me encontrar...

6.7.06

Inincontrável!

Pra mim não havia problemas em viver à espreita, com o dedo no botão segurando a vida por mais algum tempo enquanto os outros apenas deixavam rolar, fazendo o que a vida os propunha a fazer, sem se importar que o controle em suas mãos fosse pequeno. Eu acabava aceitando porque busquei chegar a essa condição, tentei fazer as coisas de forma que não estivessem fora do meu alcance, justamente pra ter controle dos atos, esquecer que existe o "dia seguinte depressivo" depois daquelas brincadeiras feitas sem pensar, ficar batendo com os punhos na testa e dizendo "merda! merda! merda!"

Mas houve a fase boa, os chamados "bons tempos". Eles sempre duraram pouco, geralmente bem menos do que suas consequências, mas eram bons. Bons pra cacete, aliás. Dava pra andar sem me esconder, sem achar que me olhavam com o canto do olho, eu não tinha muitos motivos pra reclamar da vida, parecia que cada vez que eu me fodia era só mais uma picada de pernilongo besta que sequer iria inflamar. Tudo dava certo, até o dia em que eu comecei a querer controlar a minha própria vida, e isso era uma petulância e tanto. Queria poder articular as coisas do meu jeito, mas sem poder, entende? E ví que não daria certo.

Daí resolvi deixar de ser um super-herói, pra me tornar só mais um fulaninho qualquer. O cara que voltaria a viver sozinho, sem ter frio e sem sentir fome, mas que continuaria fazendo alguns de seus planos idiotas e praticamente distantes de serem alcançados, continuando a dar uma rabiscada nos textinhos de gaveta, sendo que tudo isso era a válvula de escape mais previsível. Não dá mais pra aceitar as coisas como elas estão, eu não consigo viver muito tempo dentro de uma situação que não se altera, mude ela pra melhor ou pior. Mas já sei, tenho um bom plano em mente: vou pegar uma grana emprestada (claro, ou tá achando que sou um banco?) e depois que o ano acabar, vou sumir daqui, vou dar mais um passo. Porque é bem assim, eu consigo dar meus passos quando quero, e é isso que vou fazer: dar mais um passo em frente.