Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

22.5.07

Faber Castell

Eu já tinha presenciado belas paisagens, lugares inesquecíveis, e desconfiava que lá seria uma boa oportunidade para apreciar bons momentos. Não foi diferente, de certa forma, surpreendente, pois as cores foram únicas. Difíceis de encontrar numa caixa de lápis de cor...
Anteriormente, em uma música, tinha ouvido os dizeres, azul da cor do mar, e me emocionei em vê-lo, num azul escuro, profundo. Contrastando com um azul celeste no céu, que por muitas vezes não era possível mirar uma só nuvem. A calmaria do mar transmitia paz, tranqüilidade, chegando a descansar o olhar ali por horas. Via a grandiosidade daquilo tudo e por isso agradecia pelo privilégio de poder desfrutar do mais lindo pôr do sol. Pôr do sol esse, que tinha o laranja intenso, mesclado a vermelhidão do horizonte, nesse momento, a imagem me transmitia calor. O reflexo no espelho d’água ofuscava a visão, cobria os raios mais fortes, só pra poder ver aqueles poucos minutos que restavam do descansar do sol, que deixava o céu para dar lugar à lua e às estrelas. A noite era mais bucólica, mas não menos bela. Lua cheia, ou nova... Clareavam a escuridão plena, mostrando o balançar das ondas, que rebatia a brisa do mar, um vento sereno, que uivava nos ouvidos.
Estou mais longe do que nunca estive, isolado. A saudade por muitas vezes é grande, porém desses prazeres por mim vividos, jamais poderão ser tomados. E são deles, que carrego minha bateria e sossego pro meu coração.
Belo. Como és...

19.5.07

Quase um quarto de século, o alicerce já construído, mas ainda falta o florescer das rosas no jardim...

É tempo demais, a primeira etapa, que no início não obriga muita responsabilidade, mas define ou pelo menos direciona para o caminho a seguir por toda a jornada. Experiências que moldam, formando o senso crítico, e a modo de encarar a vida. Relacionamentos, livros, hábitos... Fatores estes que influenciam no caráter de cada pessoa.
Ao olhar para trás, analisando tudo que já vivi, fico feliz e orgulhoso por ter conquistado meu espaço. São experiências, que por muitas vezes não são prazerosas, porém de alguma modo vem acrescentar algo de bom.
Apesar de tudo, o saldo é positivo, ao meu modo de ver. Porém, tem algo que sempre vem a incomodar, inquietar-me, que por esses anos todos, muita coisa eu já conheci, e muitos que tenho grande admiração, já com meus vinte e poucos anos, tinham encontrado seu caminho certo. A sua excelência em viver, para acrescentar algo na sociedade, seja ela expressada em arte, ou mesmo em um simples trabalho braçal. Fazendo aquilo que traga alegria em se fazer... Digo isso, não questionando o que faço atualmente, mas sabendo do potencial que tenho, e por admirar muitas maravilhas já desenvolvidas anteriormente.
Isso apenas gera uma ansiedade, ânsia em que esse momento chegue logo, que enquanto isso, a vida continua, sempre buscando fazer o melhor, e consumindo tudo que há de bom, feito pelos gênios que não precisaram aprender a ser inteligentes.

16.5.07

Eu, que caí de pé!

Eu paro e leio algumas coisas que estão escritas por aí. Hoje me identifico bem pouco com a maioria delas. Parece que são parte de um passado intenso, e que de intensidade teve apenas os acontecimentos, mas não o espaço de tempo. Eu já não me identifico mais com o dia seguinte, talvez por isso eu tenha feito tantas novas escolhas. Muitas delas julgáveis, mas com uma grande e consciente intenção de me livrar dos dias seguintes.

Esta foi a primeira vez que eu tive o prazer (ou desprazer) de me arriscar sem pensar no dia seguinte. E talvez o maior problema das minhas aventuras seja não medir as consequências em relação aos outros. Eu também passo por maus bocados, sinto-me sozinho e com vontade de desistir de tudo, mas até então estou fodendo apenas com a minha vida e este fardo eu carrego sozinho. Mas não consigo remediar o que acontece com as outras pessoas, não sei se é melhor tentar consertar, pedir desculpas e dizer que "estou arrependido", mas isso tudo talvez não resolva em exatamente nada.

Já tem muito tempo que não aprontava uma farra das boas, e essa fase não foi das melhores pra mim. Eu não estou tentando explicar nada, muito menos justificar algo. Só não quero que fiquem apontando o dedo e dizendo que agora sou o vilão. Dá vontade de afirmar com a cabeça que sou mesmo animal, de carne fraca e pitoresco, mas que morde o beiço toda vez que sente seus valores questionados.

Porra, eu só queria me divertir... e não importava como ou com quem!