Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

28.10.06

"I surrender dear"

Vai ser difícil sair dessa, mais um bom trabalho pra todo meu jeito amargo e frio de ser em relação à uma brincadeira que dura quase três anos. Eu questiono as outras pessoas, finjo-me de cordeiro quando no fundo sou o lobo da história. Sei que sou um baita de um covarde perto dela, como nunca fui antes com as outras mulheres, e tudo o que eu consigo sentir por ela é uma vontade tremenda de dizer que morro de medo de a gente dar certo. Fico na retaguarda, agindo conforme as suas ações, um retranqueiro de qualidades ásperas que consegue deixá-la em dúvida quanto ao nosso caso que já deixou de ser brincadeira. Talvez não seja tão difícil resolver este problema, é só fazer como das outras vezes, ser sincero e dizer "por favor, fique longe de mim porque assim eu não consigo" e deixá-la novamente com os olhos cheios d'água, o que me parte o coração. Mas esta não é a minha vontade agora, eu sinto que quanto mais eu tento afastá-la, mais ela se aproxima de mim, pega na minha mão e fala coisas que eu não estou acostumado a ouvir. A gente arruma milhões de desculpas pra se ver, e a maior delas pode ser a própria escola, que a gente finge ir pra estudar, quando na verdade ela vira e diz "que foi só pra me ver", assim eu quebro as pernas e não tenho reação sequer pra beijá-la ou então dizer "que brincadeira mais sem graça essa nossa, de gostar um do outro e fingir que nada acontece. Quantos anos a gente tem? Quinze?" Isso têm me entalado a garganta, me deixa sentimental perto dela, faz com que a gente se abrace e não diga exatamente nada, expressando apenas o "puta-que-pariu, como eu vou sentir sua falta quando isso acabar". Eu espero pelo dia em que eu realmente me renda, que talvez seja quando as aulas acabarem, daqui a pouco mais de um mês. É bem mais fácil estar junto dela quando se tem vontade do que quando se tem a obrigação de comparecer às aulas e assinar a lista como se fosse o casalzinho que tenta esconder de todo mundo algo que está muito claro. Eu nunca estive à vontade com as outras meninas da sala, me esquivo em um canto e finjo ser inocente quando rolam as brincadeirinhas delas pra cima de mim, ela se come de ciúmes e talvez isso me deixe um pouco mais satisfeito e ao mesmo tempo puto, porque eu não dou nem bola pra elas, que podem até ser atraentes e interessantes, mas muito menos do que ela. Eu realmente me sinto como se estivesse na oitava série, e que devo tomar uma atitude tão logo antes que o ano acabe e a gente vire mais uma lenda besta daquelas "ah, mas e a sua namoradinha, afinal de contas vocês se assumiram ou não?" Grande merda, é assim que eu me sinto, um grande monte de merda fedorenta incapaz de dizer que pra ela eu não sou durão coisa nenhuma, que tudo é puro charme e desprezo, coisas completamente opostas ao meu verdadeiro sentimento.

14.10.06

I prefer the rats

a lion is stronger than a rat
he is the king.


a rat is smarter than a lion
he is the one who thinks.

they'll never fight
I know.

No one can beat a lion
he dies old and

not hungy

but everyone wants to
beat the rat
even the rat trap

and he dies young,
starving and
holding his dream:
a small piece of cheese

unfair environment.

11.10.06

boxing series I

first time I came here
you called me lazy and dirty
I can't say why
your brothers watched me
as a dog


wanted to beat me
using an iron pipe
but they were not
that brave


I'd drank a lot
during the night
now you come again
shaking your white skin
facing me down to up
and smiling

ain't no funny

you three shall
try my punch now
and then my jab


feel the blood taste
in your mouth

bitch!