Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

19.10.05

Devo eu provar a ela o quanto mudei ?

Foi um erro !
Agi de forma despretensiosa e achei que um dedo de prosa acabaria tudo em harmonia.
Não à via há meses... Apenas conversas conturbadas ao telefone. Ela me prejudicava, me questionava se estava bem. E eu dizia que sim, mas de nada adiantava.
Pois então, resolvi tentar, escrevi. Que dessa forma não precisava encará-la. Creio que foi positivo, pois mesmo eu ao ler ficava com orgulho da exposição dos meus sentimentos e da evolução que tinha atingido.
Voltei, achando que a imagem que havia construído com toda a história era suficiente, e levei os dias com naturalidade...

Confrontei! As idéias são divergentes, mas acredito que provarei que o passado interfere no presente e que ele pode construir uma GRANDE personalidade naqueles que possuem um coração bom.

Amanhã será mais uma batalha. E vou estar com o olhar distante, daqueles que tem algo pra falar...

Na verdade eu só queria abraçá-la e dizer que a amo e jamais vou decepcioná-la !!!

16.10.05

Juro que eu queria ter muita força na ponta dos dedos pra sentar aqui e fazer mais um pouquinho daquilo tudo, mas sinceramente acho um milagre eu já estar de pé a uma hora dessas. Mesmo depois de nadar na minha cama durante a noite...

14.10.05

SHE IS MY SUNNY SUNDAY

Acho que se um dia dissesse tudo o que tenho vontade, ela sumiria da minha vida sem deixar nem mesmo o telefone. Sei que na verdade ela morre de medo de mim, e também morre de medo de me perder. Mas como perder se ela nem sequer me têm ? As brincadeiras, os sarrinhos de quem está de fora encheram a cabeça dela de ilusões e coisas que ela não consegue separar. E o mais curioso: ela é linda. Linda por dentro, linda por fora, linda por onde quer que eu consiga enxergá-la. Têm um namorado, é verdade, que por sinal sofre de náuseas quando ela troca seu nome pelo meu. Coitado. É, coitado, tenho dó desses caras. Não que eu vá fazer alguma coisa com ela, ou mesmo com ele, mas se o cara visse como as coisas acontecem quando estamos apenas eu e ela, seria o fim.

Digo que as pessoas enchem a cabeça dela porque ela "acha" que somos um par. E na verdade parecemos mesmo um par, aliás o par perfeito. Sabe aqueles filminhos besta em que o cara só pode ficar com a fulaninha e vice-versa? Bem assim. Então por isso ela me cobra, quando acha que eu posso estar fazendo coisa errada. Embora eu não saiba o que ela julgue coisa errada, como olhar para as outras meninas quando passam na frente da minha sala, ou falar ao telefone com alguém (mulher) com uma certa ênfase melodramática. Isso a irrita.

Irrita-a tanto que da última vez ela me pegou pelo braço e começou a gritar no meio do pátio. Todo mundo se afastou, e ficou com cara de: "nossa, e não é que eles estão mesmo juntos?" e ela continuou a me apertar e querendo saber com quem e o que eu falava ao telefone. Realmente um caos. E eu só ria, porque eu nunca tinha visto ela daquele jeito, tão nervosa, e tão com medo de me perder. Puro ciúmes, achei aquela ceninha o máximo. E aproveitei que todo mundo olhava e fiz meu teatrinho: "por que você quer saber quem era? acho que não lhe devo mais satisfações..."

Nossa, desossei a pequena. Mas depois voltei lá, expliquei tin-tin por tin-tin e ela ficava me olhando com cara de esnobe. Me ferveu o sangue, levantei e deixei-a no banco.
Depois ela veio toda manhosa, do jeito que eu gosto que ela fica, querendo saber se eu estava "puto" com ela.

Claro que não...

6.10.05

Toda vez que tem algum evento aqui na empresa, os caras inventam que a gente tem de vestir roupa preta. Tá bom, então por que não fazem logo uma camiseta pra cada um descrito "staff" ou então "organização", porque assim a equipe ao menos fica uniforme e não aquela confusão de nego com camisa de linho e outro com camisa polo de jacaré. Mas a verdade é que eu acho tudo isso um saco, porque tem que ficar rodando a empresa toda, correndo atrás de tudo e de todos, e isso me dá uma canseira desgramada.

Então lá fui eu bolar o meu esqueminha pra escapar dessas correrias: bastidores. Isso, acabo ficando sentadinho na frente da máquina, só providenciando os pepinos imprevistos (que nunca têm) e sem cansar de tanto se mexer. É simples, basta burlar a regra !

Da primeira vez foi a barba. Cheguei aqui parecendo um militante de esquerda, e adivinha quem visitaria a empresa naquele dia? O seu prefeito e o seu governador, ambos tucanistas. Meu chefe olhou pra mim e disse: "Cara, com essa barba você não vai pra lado nenhum. Vai ficar aqui na sala, ok ?"
"Claro", eu disse. Que ótimo, fiquei aqui na "retaguarda".

Daí dessa vez o esquema era o mesmo, mas a proporção da bagaça era um pouco maior. Chegou de manhã, e tava todo mundo arrumadinho, de preto. Eu botei o pé na empresa e lembrei "puts, jura que era pra vir de preto?" Entrei na sala com a minha camisa verde-escuro, e todo mundo me olhou como se eu tivesse roubado um banco.
"Então quer dizer que o fulaninho aí não veio de preto...", falou o chefe.

"Pois é, eu bem que tentei..."

Tá bom, então todo mundo de prontidão, na organização da paradinha e outra vez o cara que desobedeceu o esquema fica na sala, com o sonzinho ligado, sentadinho, tomando um café (que é ruim, mas tem) como se estivesse em casa.


Esqueminha bom, acho que vou tentar mais vezes.

2.10.05

10 is coming...

Sinto como se tivesse levado um murro na fronte. Um choque, um tranco. Ou então como se acordasse agora de um sono profundo. Meu lado humano parece ter voltado repentinamente, sem que eu o autorizasse a entrar na minha vida. As fraquezas reagem e começam a despontar. Um fraco.

Lembro que no ano passado acontecera algo parecido, mas numa época um pouco mais adiante. Eu só bebia, bebia e me interessava pelas coisas que realmente tinham importância, mas de uma forma desleixada. Acho que estou tendo um flashback, e talvez a culpa disso tudo seja o mês de Outubro. Ainda lembro da data exata, dia 11. Data que não vai sair da minha cabeça por algum bom tempo.

Eu estava sendo um durão. Durão mesmo.
Mas depois que as coisas começam a se repetir, os sentimentos acabam rasgando a carne e voltando à tona. E isso me enche. Me enche porque o aniversário dela está chegando, e se ela não tivesse escrito pra mim, talvez eu nem lembrasse mais da data. Talvez até não lembraria dela. Mas foi justamente por isso que ela escreveu, pra gente não se perder um do outro. Uma cobrança. E que na hora eu não dei importância, porque na verdade aquilo não era mesmo muito importante. Afinal de contas, eu ainda era durão. Disse não, não agora.

Mas o aniversário dela está por vir, e eu preciso fazer algo. Pode ser que eu escreva mais alguma coisa besta, transparente como sempre. Pode ser que eu nem escreva, ou nem mesmo ligue. Pode ser que tudo que eu escrevi pra ela já seja suficiente, mas acho difícil. Acho ainda que eu tenho obrigação de escrever, e que talvez ela não esteja esperando nada diferente disso. E essa obrigação só veio porque ela me escreveu, porque se continuasse como antes, eu passaria em branco, e assinaria o atestado de covardia. Aquilo me feriu no orgulho!

Então agora eu preciso ter paciência, porque um litro de xarope vai ser pouco pra me dar a luz. Vai Tio, manda uma forcinha aí, porque aqui tá foda!