Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

14.4.05

SAUDADES...

Às vezes me pego pensando na falta que sinto das pessoas queridas que já se foram, e chego à conclusão que ainda não consigo assimilar bem qual é o efeito que a morte nos causa. Sempre parece que um dia voltaremos a nos ver, ou que esse "Adeus" não é para sempre. Essas despedidas acabam não tendo um significado tão profundo pra mim...

Uma coisa que tenho saudade hoje, é da casa dos meus avós. Acho que passei 1/3 da minha infância lá e parece que o tempo não passa, que você não tem compromissos sérios, a não ser voltar para casa antes de escurecer, pra dar tempo de brincar de esconde-esconde com a molecada da rua. Passava o dia no clube (CPP) nadando, depois voltava pra lá e me entupia daqueles salgadinhos (isopor com corante) que não alimentam porcaria nenhuma. Fora as tubaínas da vida, que tomava quente mesmo. Alegria então, era quando o sorveteiro passava e dava umas buzinadas bem debaixo da janela da sala... o velhinho saía com a bandeja pra comprar dúzias de picolé.
Essas coisas são importantíssimas para uma criança, esse paraíso que se tornam as casas dos avós. Tenho certeza que não foi só comigo que isso aconteceu...

Depois, quando fui ficando mais velho, fui sentindo falta desse monte de coisas. E fui me apegando a outras tão importantes quanto.
O contato na casa dos velhinhos não se deve perder nunca, mesmo que à distância. E hoje sinto a falta disso, desse contato.
Por mais que não sentimos que o "Adeus" não é eterno, isso custa e se tornar realidade. Tenho saudades dessas pessoas maravilhosas que me fizeram felizes por muito tempo, e deixaram algo de que eu possa me orgulhar. Já disse uma vez, "saudade é um mau necessário !"