Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

8.1.14

Meu eu entusiasta


Talvez no fundo, bem lá no fundo mesmo, eu nunca tenha dado importância pra nada na vida. Eu não sei bem onde eu estava, mas lembro bem quando foi que perdi o prazer por tudo o que supostamente deveria me oferecer prazer. A mulher do sonho (Sara?), um show animal que deveria ser épico, um final de semana com as melhores pessoas do mundo, algum bom dinheiro, etc.? Sem modéstia, cheguei ao ponto que eu esperaria chegar em todos estes quesitos. E nada disso me satisfez por completo - digo completo mesmo, extremo auge do prazer.

É claro que tudo isso é indispensável - mulher, amigos, rock and roll e um pouco de grana, mas ainda não cheguei ao nirvana. As pessoas costumam se dividir entre otimistas e pessimistas (e muitas vezes sou enquadrado na segunda opção), mas acho que não sou nenhum, nem outro. Sou um entusiasta. Se você me provar que devo estar otimista, otimista estarei. O mesmo vale se me provar o contrário. Sem argumentos, não tem conversa.

Pode ser que durante os anos eu só tenha me polido demais. Aprendi muito bem a lidar com a derrota, e isso às vezes é ruim. Minhas expectativas são extremamente baixas pra grande parte das coisas que faço ou anseio. Acho até que eu sei lidar melhor com os fracassos do que com os sucessos - é isso, aí uma grande verdade, sou um ótimo perdedor e um péssimo ganhador.

Não quero esperar que o tempo chegue e me diga se fiz bem ao me moldar durante os anos. Talvez seja melhor estar nu e cru novamente, sem vícios e manias que foram se apossando de mim. Não sei por onde começar. Não sei se devo ou preciso começar. Não quero ter tempo de pensar nessas coisas!