Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

16.2.08

Aos meus, com carinho

Os livros da estante já não são mais os mesmos. Pegam poeira, e vez ou outra passo a mão por cima pra fingir que estão ali, sendo tocados praticamente que todos os dias. Eles mentem por si só, contam-me histórias das quais eu não gostaria de participar e tentam me trazer de volta a tudo o que um dia eu prometi ser. Continuam sendo os cúmplices da minha maior mentira. E sempre serão.

Agora eles dão lugar a outros que pouco importam se os cito ou não. Querem saber apenas de números, de blasfêmias que eu mesmo insisto em enganar somente a mim mesmo. E são meus, levam meu nome na contra capa, alguns até com dedicatórias e afins. Às vezes me derrubam, outras me erguem. Mas são meus.

Com isso entendo que quase tudo na vida pode ser substituído, aliás, praticamente tudo. Mas o restante que não se encaixa nestas definições são as coisas das quais nós devemos menos nos importar em perder, porque estarão aqui pra sempre. Sempre mesmo. É tudo aquilo que não precisamos passar a mão em cima pra tirar o pó, ou então abrir na página "x", e tentar reviver os fatos para o tempo voltar e trazer tudo de volta.

E tudo aquilo são as pessoas mais importantes que tenho. Que não precisam me dizer todos dias o quanto somos amigos e a falta que nos fazemos reciprocamente. Porque isso tudo fica nas entrelinhas, cria saudade e é fadada ao descarte assim que nos encontramos.

Obrigado por tudo. De verdade.