Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

12.2.08

Todos são

As garrafas são lançadas ao mar, outra vez. Sonhos novos, velhos, e sonhos utópicos. As pessoas não se enchem disso, se enganam. Como todo começo de ano.

Para uns é o enorme desejo de aparecer, de ser visto, subir até as cabeças. Para outros, simplesmente a vontade de desaparecer no meio da roupa de cama que há dias não é trocada.

O tempo quente têm destas coisas, deixa as pessoas entediadas, enfadonhas. Faz com que se tornem mau humoradas, sem vontade pra te olhar no rosto e mostrar um sorriso de fachada. E o verão assume a culpa por todo esse desarranjo.

Por outro lado, os sonhos vêm à tona, na maioria das vezes grandes utopias formadas por descontetamentos sem razão. Que surgem somente quando nada se faz e nada se têm. Pois os outros, estes não precisam sonhar. Ficam vendo a TV pular por dias e dias.

E quando chove, as pessoas entediadas fecham a cara ainda mais. Porque esta seria a oportunidade de colocar os pés na rua, ver e ser visto. Descomprimir seus desejos, que outra vez digo, pura utopia. Daí alugam um filme cult, porque é bem visto ser cult. Como também é bem visto ser enfadonho. E o que eles mais querem neste momento é que alguém pergunte "e aí, tudo bem?"

Na rua, respiram como se estivessem acabado de ganhar um novo pulmão. Andam depressa, e pouco olham para frente ou para os lados. Eles têm pressa, estão atrasados para alguma coisa que esperam que pensem ser muito importante. Mas é?

Um a um, importantes para si mesmo. Eles são você, eu e aquela pessoa que passa na calçada. É só olhar pela janela.