Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

16.3.07

stand by list: FULL

Eu sempre fui um cara cheio de planos, e por mais absurdos ou tangíveis que eles fossem, alguns sempre mantive em stand by porque me faltavam alguns pontos que pesassem em prol da realização deles. Mas hoje parece que essa lista que antes era pequena, já está quase a ponto de transbordar. Minha vida se resume em acordar cedo, ver um pouco de TV enquanto engulo alguma coisa antes de ir pro trabalho, e partir pra lá como se fosse um intervalo de quinze minutos após o término do dia anterior.

Se antes eu reclamava do tempo que a escola me tomava, achando que eu poderia usar esse tempo pra outras coisas mais importantes, agora eles ficam em vão esperando pra que eu mesmo encontre alguma coisa útil para preenchê-lo. E era fácil perceber que eu precisava mesmo desse tempo, e que era tudo o que eu pedia quando estava na escola ou então reclamando porque já era quase meia-noite e eu não tinha feito nada que me deixasse com a sensação de realizado. Por outro lado eu previa que não seria fácil me acostumar com a ociosidade, como não está sendo agora.

Eu já pensei em infinitas coisas, como curso de espanhol, inglês, academia, e até mesmo cursos genéricos pra ocupar meu tempo e mais do que isso, minha cabeça. Nunca pensei que fosse possível chegar nesse ponto, e talvez por isso eu precise tomar uma decisão o mais cedo possível. Mas que não seja em desespero, e sim algo sensato, que eu possa saciar duas vontades: a de não ter meu tempo vago e também ocupá-lo com algo que seja realmente interessante. E a maior barreira é que eu sempre tenho boas desculpas pra manter esses planos na listinha de stand by. O espanhol ou o inglês não dá porque já estamos na metade de março, e aí eu teria que pagar um semestre todo pra estudar três meses (fora a matrícula e o material). E aí entra outra coisa que me tira o sono: desperdiçar dinheiro. Fazer uma academia até que não seria de um todo ruim. Eu poderia conhecer pessoas novas, mulheres principalmente, e adquirir o hábito de me exercitar também faria com que eu me sentisse mais disposto durante o dia. Mas pra isso eu precisaria levar uma vida um pouco mais saudável. Eu não diria menos desleixada, porque já não bebo mais como antes, e isso já é um ponto a favor. A questão chave é deixar de fumar, que corre pela minha cabeça todos os dias. Todo cigarro eu me engano pensando em ser o último, e por isso talvez eu tenha ido dormir arrependido. Já disseram que é mais fácil deixar de fumar do que assumir que é um fumante assíduo. Conheço poucas pessoas que nunca disseram "ah, estou tentando parar" ou então "parei há três dias" ou "não fumo mais, só nos finais de semana". E essas palavras se tornam ainda mais massantes quando as ouço através da minha própria boca.