Eu faço tudo errado.
Compro a flor que ela não gosta,
uso o carro que eu não tenho.
Meu trabalho é pura aposta,
e eu não escrevo, nem desenho.
Um infeliz a passos largos,
que hora cai, hora tromba,
sem vigor e rigidez,
perambulo sob a sombra
numa eterna embriaguez.
Tento a sorte num bilhete,
arrisco as burras, perco o tom,
e volto à forra da impureza
onde pequeno dei-me o dom.
Do bailar de um gondoleiro
que conduz com maestria,
cortando Veneza ao meio,
declamando sua poesia.
Mas hoje, Tempos Modernos!
Sem Chaplin, Brando e Dean...
Pois marejam tristes olhos,
ao te ver tão longe assim.
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