Julio José e Ganymédes Verne
Era madrugada se sexta-feira, e eu acordo atônito por causa de um barulho estrondoso que vinha da rua. A TV ainda estava ligada, e eu levantei pra por um fim naquilo. De repente vejo que estavam anunciando o começo de um filme, e esperei pra ver qual era.
Viagem ao centro da terra – de Julio Verne.
Um puta clássico do cinema, um dos primórdios da historia. Ouvi falar desse filme no primeiro ano da faculdade, quando ainda tinha aulas de cinema. Resolvi pagar pra ver, e esqueci do sono e da barulheira da rua.
Conforme o desenrolar do filme, fui percebendo alguns clichês muito bons encontrados em filmes atuais, e também passagens que me lembravam meu livro favorito do Ganymedes: A noite dos grandes pedidos. Se não me engano, a última vez que li esse livro eu tinha 13 anos, e já nem foi por obrigação, mas sim porque eu tinha 2 deles (um intacto e um todo bagaçado). Não tenho paciência de ficar explicando como era o livro, mas o enredo que marcam ambos é bem parecido.
No livro, um grupo resolve enfrentar os perigos do mundo lá fora e tenta desbravar lugares desconhecidos, já o clássico de Julio Verne não é bem assim, porque eles tentam chegar ao centro da Terra, mas também passando por situações complicadas, como monstros gigantes e areias movediça. E outra coisa curiosa é o fato de os dois grupos se perderem dentro de cavernas e também por contarem com a participação de um animal em comum: um pato.
Tá certo que os dois são ficções puras, porque eu nunca imaginei que houvesse praia e sol no centro da Terra (e há...) e também nunca vi um grupo passar tanto tempo sem comida e água, como acontece nas duas historias.
O interessante é a sacada de Ganymedes, em acoplar semelhanças ao livro, mesmo que distorcendo-as um pouco. Não achei que isso pudesse acontecer, mas vindo de um filme tão fudido como o de Julio Verne, é perfeitamente compreensível.
São duas obras onde pecam pela super produção, mas valem pelo conteúdo cativante que existe em ambas. Viagem ao centro da Terra é um filme que eu nunca me imaginaria assistindo na sessão da tarde, por exemplo. Achei perfeito pra ver numa madrugada qualquer, sem querer, sem pretensão nenhuma em encontrar uma historinha vagabunda sempre com o bandido, o herói e a gostosinha que é disputada pelos dois.
Ele vale pelos efeitos especiais da época, que são precários mas conseguem transmitir fielmente o que se deseja, principalmente quando aparecem os lagartos gigantes que tentam comer as personagens.
A partir dessa madrugada, Viagem ao centro da Terra passou a ser meu filme favorito. E recomendadissimo, diga-se de passagem. E apesar da intenção pop da Coca-Cola, tem um slogan ducacete nas garrafas que traduz perfeitamente o que eu vi: mais importante que a beleza é o conteúdo !
- Pronto, tá pago...
PS: Resolutions logo abaixo - esquece a maioria daquilo, quanto mais encontrar uma mulher que não disponha daquelas características...
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