BH, Cabra Cega e meus amigos da Augusta
Já botei o pé pra fora de casa com um certo espírito revolucionário, parecido até com a vez em que fui assistir Diários. Mas Cabra Cega me trouxe a sensação de já ter passado pelos lugares onde aquela luta armada aconteceu. Antes da sessão entrei no BH, um buteco da Augusta que tinha fechado pra reformas, e justamente naquele dia, marcava a reinauguração. Eu tinha de me preparar, pois já imaginava o conteúdo do filme. Vodca, cerveja e cigarros; Não necessariamente nesta ordem, mas um de cada me bastou pra sentar na poltrona do cinema e relaxar.
O filme é fabuloso, pelo menos a forma como as cenas foram montadas e o ambiente minúsculo que não deixa a desejar. Só assustei um pouco com a quantidade de cigarros que o personagem principal fuma, dá desespero. Chega uma cena em que ele acende um na brasa do outro, num ambiente fechado. Caos ! Acabou que eu saí de lá e voltei pro BH, pra enterrar a noite.
Mas enrolei tudo isso pra contar que quando descia pra casa, um andarilho me parou e pediu um cigarro. Eu dei, na boa e ele ainda falou: "Moço gentil, toma aqui um cartão pra você levar para a esposa..." E tirou do bolso do paletó uma caralhada desses cartões do tipo AmarÉ, que eu guardei e fiquei pensando: "Esposa ? Será que eu vou ter que guardar esse cartão por tanto tempo assim ?"
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