Um Circo, um Palhaço, um Pipoqueiro, alguns amores, muitos porres. E uns textos complicados sem pé nem cabeça.

17.2.04

Coincidência ou não, eu não quero que se repita, NUNCA MAIS !

Naquela manhã de Sábado fui encarregado da tarefa mais difícil que eles teimam em me passar...
Carregar o caixão de um ente querido, do carro funerário até a cova que descansará por “toda a eternidade...”
Eu só estava lá querendo “curtir” alguns momentos ao lado dele... Quando minha tia com os olhos marejados mira um olhar inocente e me diz:

- Lú, vai lá...

Minhas pernas bambearam ao ter o caixão a minha frente... E desabafei:

- De novo, não...

Foi assim... Com a minha avó materna (a pessoa mais bela que conheci), depois veio meu Pai, e algum tempo depois a minha outra avó e como é de costume, no sábado, foi assim com o João. Todos eles eu levei, o peso está ainda sobre as minhas costas... Não quero mais ter que dar-me a eles! É difícil demais ser responsável em terminar algo que pra mim nunca deveria ter fim... Estou pensando seriamente em não participar mais desse ritual que todas as noites fica repassando nos meus “sonhos”... Daqui a pouco vou ser conhecido por: Lú, o coveiro... Já basta a dor da perda, não preciso sofrer mais, carrega-los para sempre na minha imaginação...

Chove chuva, chove sem parar...
Parece que tudo que não consegui chorar está caindo do céu... São Pedro está chorando por mim...

É... Vai ter que chover MUITO !