Inverdades
Cada um tem uma teoria pra explicar essas “virtudes” dos seres humanos. Tem uma crônica, ainda nesse livro do Mario Prata, que classifica os seres da seguinte maneira:
O Mentiroso:
É o que mente, claro. E claramente. O mentiroso é um pouco doente, vive da mentira. É caso pra terapias. Normalmente tem algum problema de personalidade, de auto-afirmação. Mente para os outros e para ele mesmo. Imagina-se outro. O bom mentiroso é aquele que acredita na própria mentira e, a um determinado momento da sua vida, não sabe mais o que é a verdade ou a mentira. Todo mundo, ao redor dele, sabe que ele é um mentiroso. Ele também. Mas não se emenda. Não há nenhum caso de mentiroso que deixou de ser mentiroso. Mentiroso não tem recaída. E isso não é uma mentira deslavada.
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O Palheiro:
Não confundir o palheiro com o mentiroso. O palheiro disserta sobre todos os assuntos. Geralmente assuntos não conhecidos na roda. O palheiro, geralmente, tem uma boa conversa e um bom vocabulário. O melhor palheiro é aquele em quem a gente chega a acreditar piamente por muito tempo. Tem palheiro que não foi descoberto que é palheiro até hoje. Os palheiros são muito mais inteligentes que os mentirosos. Poderíamos dizer que o palheiro é um mentiroso intelectualmente mais enganoso. Um mentiroso com Ph.D.
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O Cascateiro:
Intelectualmente menos brilhante que o palheiro, o cascateiro costuma cair sempre em contradições. O que ele mais ouve dos amigos é “isso é cascata” e ele nem sempre tem bons argumentos para se defender. Mas não se ofende, ao contrário do palheiro. O cascateiro nem sempre tem nível superior e gosta de contar suas cascatas em bares. Quando o cascateiro é público e notório, pode ser divertido provocá-lo para contar umas cascatas. Alguns deles sabem que tudo o que dizem é cascata. Mas não se importam. Afinal, tudo é cascata mesmo. Pode observar que toda turma tem seu próprio cascateiro.
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O Loroteiro:
Este é o mais manso deles. Contar lorotas não ofende nem agride. Afinal, a lorota se aproxima de uma piada, embora o narrador prove por a + b que aquilo realmente aconteceu. Geralmente com um amigo ou parente. Aliás, dizem que os loroteiros pe que são os inventores das piadas. Nada melhor que um loroteiro simpático, chegado numa cerveja num fim de noite na mesa num barzinho de calçada. Os loroteiros são bons contadores de histórias. Contar lorota é como jogar uma história fora. Geralmente, boas histórias.
Casa Branca tá cheio desses “tipos” e “figuras”. Basta sentar num barzinho nos fins de tarde, e ter paciência pra ouví-los.
Agora cabe a você, encaixar o Fabinho numa dessas classificações. Se bem que seria melhor, se existisse uma classificação com todas essas definições juntas...
- Nossa véio, que lesera...
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